O regimento 236 avançava para o estranho complexo, entrando em
um labirinto misterioso. Os tanques, os caminhões e os soldados estavam prontos
para a batalha, embora desconhecessem totalmente o inimigo.
Tensos, aqueles combatentes esperavam pelo pior. Todos olhavam
para todos os lados, assustados. O general Golberys comentou com o coronel
Sayllas ao seu lado: - Tem certeza que o inimigo esconde-se aqui?
- Sim, senhor. Segundo ouvi dizer, é um ser monstruoso,
fantástico.
- Temos de descobrir até onde vai o seu poder. Não gosto de
recuar, mas não arriscarei meus homens em uma investida inútil. Viemos para
esta dimensão eliminar possíveis perigos, o que não significa que
sacrificaremos qualquer coisa para isto.
- Entendo, general. Mas as lendas dizem que o monstro que habita
aqui devora tudo pelo caminho... Se ele conseguir de alguma maneira atravessar
para a nossa dimensão, estaremos todos correndo grande risco.
O general não demonstrava o medo que sentia. Não podia, pois
afinal seus homens confiavam nele. Porém, Golberys sabia que seu coronel tinha
razão: o monstro que vivia naquele complexo labirinto devia ser mesmo
incomensuravelmente terrível e horrendo.
A tensão era grande. O que encontrariam? A infantaria caminhava
lentamente, os soldados todos trêmulos, acompanhados de tanques e outros
veículos, avançando de modo letárgico pelos corredores do labirinto. Estranhos
retângulos atrapalhavam aquele avanço.
O olhar de cada um denotava o horror que percorria seus corpos.
Seus corações queriam escapulir por suas gargantas agora secas.
O medo aos poucos se espalhava. O suor escorria das faces
apavoradas dos soldados, e até do coronel e do general. Um suor frio. Uma
estranha combinação de sons, como uma música irritante, fazia-se ouvir.
E foi então que a estes sons misturaram-se os ruídos do monstro
a devorar coisas. Todos ficaram arrepiados, estarrecidos! Os mais covardes
começaram a correr, e foi quando eles perceberam que os retângulos de algumas
partes do labirinto haviam sumido...
O general ordenou a retirada. Mais era tarde demais. O monstro,
um ser horripilante, os devorou... Devorou a todos sem exceção...
Um adolescente olhava a tela do monitor ao mesmo tempo que
tentava espremer uma espinha. Não estava entendendo nada. Aquele jogo antigo,
imitando em seu PC o arcaico PAC-MAN da Atari, de repente encheu-se de pontos
pretos e o PAC-MAN devorou a todos e travou. Que merda de jogo!