A Churrascaria (parte II)
Devagar, Adilson foi afastando as folhagens avançando mais para os fundos do grande terreno da churrascaria, puxando Telma pela mão. Tentou segurar a respiração acelerada e sentia que sua namorada estava tremendo.
Os gemidos e murmúrios de dor ficavam mais fortes a cada passo. Adilson engoliu seco. Telma segurou forte a mão do namorado.
Ouviram, estarrecidos, uma voz grossa dizendo:
- Essa aqui ainda tá viva, parece que não morre. Tapa a boca dela, que eu não aguento mais ficar ouvindo choradeira.
Antes que vissem o que estava acontecendo, Telma deteve seu namorado e sussurou.
- Vamos embora daqui, Di.... Vamos embora. Vamos chamar a polícia. Coisa boa não é.
- Vamos só dar uma espiada. Nossa, que cheiro forte de carne assada.
Ignorando o puxão de Telma e seus avisos, Adilson avançou mais no meio do mato e por fim viram, do alto do morrinho onde estavam, o pequeno vale, nos quintais da churrascaria.
O choque daquela visão deixou ambos paralisados e sem reação em um primeiro momento.
Vários espetos enormes giravam sobre fogueiras em grandes churrasqueiras. Amarrados e enfiados nos espetos, homens e mulheres nus iam assando lentamente. Alguns visivelmente ainda estavam vivos. Mais além, uma gaiola onde alguns homens e mulheres, também já despidos e bem amarrados, aguardavam serem assados e grelhados nas chapas, amordaçados e desesperados ao assistirem o que lhes aguardava.
A mulher que gemia mais alto e que chamara a atenção do casal teve a boca tapada com um guardanapo de pano, com o símbolo da churrascaria bordado nele. Ela estrebuchava espetada no espeto que girava lentamente sobre o fogo.
- Corta os bagos do marido dela e joga na chapa que tostado é muito saboroso, você sabe, e serve para o casal na mesa 4 que pediu o couvert especial... – deu uma risadinha. – Se eles soubessem o que é o couvert especial....
- Essa mulher não morre, vou jogar óleo quente no lombo para servirmos à pururuca, aí quem sabe ela expira de uma vez. – E assim o fez.
Telma desmaiou. Ao cair pesadamente sobre o mato, soltando da mão de Adilson, ela rolou e quase caiu do barranco em direção às churrasqueiras. Seu namorado foi rápido e a segurou, mas a terra caindo e o barulho foi suficiente para atrair a atenção dos churrasqueiros.
- Ei, vocês aí!
Adilson tentou reanimar Telma, ele mesmo tremendo e engolindo seco, arfando, mas desta vez de puro medo. Batia no rosto dela, que inconsciente parecia pesar uma tonelada. Pegou-a nos braços quando viu os três homens com garfões e espetos na mão começarem a subir na direção deles, e saiu em disparada de volta à churrascaria.
Mas naquela direção já vinham dois homens musculosos brandando facões.
Virou-se e meteu-se no meio do mato denso em direção à um morro, a adrenalina fazendo com que pudesse correr e segurar Telma em seus braços.
Atravessou parasitas e teias de aranha entre galhos espinhosos, que lhe cortavam a testa, e começou a subir o morro com um desespero crescente.
Tropeçou em um cupinzeiro e caiu no mato, derrubando Telma entre os arbustos. Ela recobrou a consciência, totalmente desorientada.
- Tel, Tel, levanta, temos que fugir, correr o máximo, porque se aqueles caras nos pegam nós vamos acabar nas churrasqueiras!
“Caiu a ficha” de Telma e ela entrou em pânico, chorando desesperada.
- Eles servem carne humana na churrascaria! Meu Deus! Adilson! Meus pais...
- Eles devem estar bem, só vi gente jovem nos espetos, eles não querem carne velha. Nós temos que fugir, sei lá, chegar na estrada, estou ouvindo eles chegando, levanta, Tel!!!!!!
Adilson ajudou Telma a levantar-se e ambos emprenharam-se cada mais na mata profunda, subindo o morro, ele mesmo passando a chorar, ela tentando não gritar de pavor e soluçando, ambos correndo o tanto que suas pernas aguentavam.
Subiram entre a mata fechada sem um rumo definido, apenas tentando salvar suas vidas. De certa forma a fuga e a adrenalina serviram para acalmar ambos, que agora só se focavam na preservação e em manter distância dos assassinos. Fugiram por muito tempo até o topo do morro e além, mas não conseguiram achar a estrada ou nenhum outro indício de civilização. Duas horas e meia de corrida depois e estavam completamente perdidos. A boa notícia é que não havia sinal dos churrasqueiros.
- Di, preciso parar, preciso de água. – Telma tombou na grama da pequena clareira, do outro lado do morro que os separava da churrascaria.
Adison caiu de joelhos, totalmente exausto.
- Acho que desistiram de nos procurar. Tem água aqui perto, estou ouvindo uma caichoeira.
- Eles não vão desistir, Di. Ai, meu Deus, se eles nos pegarem nós vamos ser espetados e colocados naquelas churrasqueiras e vamos ser assados, e os clientes da churrascaria vão comer a gente! – Telma começou a chorar descontroladamente novamente, em pânico.
Adilson não disse nada, apenas puxou com violência sua namorada na direção do barulho que escutava e acharam uma pequena cascata. Saciaram a sede na água limpa que descia das pedras do morro. O sol estava implacável naquele fim de tarde e sentaram-se à sombra de uma árvore. Telma agarrou-se ao namorado.
- Adilson, me salve, eu não quero morrer! Eu ainda nem vivi, eu quero curitr a vida, e ainda não quero morrer daquele jeito horrível! Por favor, se eles nos pegarem me mata antes, não quero ser queimada viva e ser servida em fatias!
Eles ouviram ruídos e berros na mata adiante.
Adilson não esperou mais e puxou sua namorada, sem parar e sem olhar para trás, e ambos os jovens voltaram a atravessar o mato como se este fosse de seda. Espinhos e aranhas não eram nada diante do temor aos churrasqueiros.
(Continua...)
domingo, 28 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
Conto: A Churrascaria (parte I)
A Churrascaria
Telma e Adilson estavam se beijando pela quinta vez no banco de trás, e pela quinta vez o pai de Telma pigarreou forte, olhando nervoso pelo retrovisor do carro. Elza era a mãe de Telma, sentada do lado do passageiro, e sorriu ao observar o marido apertar forte o volante do carro.
- Calma, benhê, eles não estão fazendo nada demais.
Jorge ficou quieto. Telma e Adilson tentaram se conter e cada um olhou para o seu lado na janela do sedã, enquanto passavam pela rodovia movimentada em direção à capital. Os caminhões eram ultrapassados e na pista contrária os veículos passavam zunindo causando um efeito letárgico em Adilson, que segurava forte a mão de sua namorada, sentado do lado esquerdo do automóvel.
Assim que o pai de Telma tornou a se distrair com a rodovia, Adilson puxou Telma para si e voltaram a se beijar lânguidamente, trocando saliva, Adilson explorando a boca doce de sua namorada enquanto sua mão sorrateiramente deslizava sobre as coxas da garota de apenas dezoito anos.
Mais uma ultrapassagem e Jorge olhou pelo retrovisor e novamente viu o casal trocando amor. Ficou irritado. Olhou o relógio do carro no painel: onze horas.
Viu o anúncio de uma famosa churrascaria cerca de dez quilômetros adiante.
- Elza, vamos parar na El Corazon, já estou com fome.
- Benhê, falta uma hora pro meio-dia. Porque parar tão cedo?
- Não tem mais nenhum restaurante bom na estrada até a capital. E estou cansado de dirigir. Vamos parar, já decidi.
Jorge deu seta e entrou na via de acesso ao posto e a churrascaria de estrada, bastante conhecida, cheia de caminhões, ônibus e carros estacionados. Achou um canto para estacionar o sedã e logo estavam descendo, Jorge grato por esticar as pernas e tentar separar um pouco aquele casal, raivoso por achar que sua filha estava no cio.
Adilson não desgrudou da namorada. Ambos não tiravam os olhos um do outro, abraçados, enquanto entravam na lotada, mesmo às onze horas da manhã, churrascaria rodízio.
Sentaram-se em uma mesa perto do bufê de saladas. Jorge limpou seus talheres com o guardanapo de pano. Observou sua filha, através dos grossos óculos de aro de tartaruga: uma linda jovem de seios como pêras e curvas audasiosas e sentiu raiva por ela já ser uma mulher. Ele a preferia como uma menina ingênua que fora há alguns anos, e não como aquela garota maliciosa que não soltava do namorado estúpido que arrumara.
“Eu vou fazer Comunicação. Vou ser jornalista”
“Jornalista o cacete” – Jorge olhava com ódio o rapaz de risada fácil. “Nem escrever direito você sabe, e quer ficar com a minha filha?”
O garçom aproximou-se:
- Desculpe, senhor – disse à Jorge – o rodízio vai atrasar um pouco, coisa de uns vinte minutos, não esperávamos estar lotados logo cedo. Posso trazer as bebidas? Aconselho um passeio pelo nosso jardim nos fundos enquanto esperam. Uma cervejinha, senhor?
Jorge ficou ainda mais irritado, mas Elza e seu sorriso bondoso fizeram com que se acalmasse. Bufou.
- Traga uma Hervage bem gelada, o que vão pedir?
- Pai – Telma fez cara de anjo – eu e o Di vamos dar um passeio no jardim e já voltamos.
- Isso, papai, pede um suco de laranja para ela e para mim uma Cola light.
Ao ouvir Adilson, Jorge só não espumou porque Elza o deteve.
- Querido, deixa os pombinhos passearem e vamos relaxar um pouco, tá?
Telma e Adilson saíram pelos fundos caminhar nos belos jardins. O cheiro de carne se sobrepunha ao da vegetação, o que não era muito agradável.
- Vem – puxou Adilson – vamos até aqueles calips.
- Eucaliptos, ‘mor. Você vai ter de melhorar o português para estudar Comunicação e Jornalismo.
- Tanto faz. Vamos.
Passaram pelo belo bosque de eucaliptos e araucárias angustifólias e adentraram a vegetação cada vez mais densa até uma pequena cabana de paredes de taipa e teto de sapé.
- Aqui, vem. Ninguém vai nos ver atrás da cabana.
Trocaram beijos densos e molhados. A mão de Adilson deslizou pela bunda em forma de coração de Telma.
- Para, alguém pode vir aqui.
- Não vem, não. Seu pai ficou lá bebendo cerveja com sua mãe.
Beijaram-se mais com Adilson explorando o corpo da garota.
- Tel... Faz uma coisa...
- Já disse que quero ficar virgem até casar. Meu pai é muito bravo.
- Não é isso. Porque você não ... – E cochichou no ouvido da menina-mulher.
- Ah, Di! Eu... Eu acho que nem sentiria prazer fazendo isso. Tenho nojo.
- Mas você vai me levar à nuvens, vai me dar muito prazer, e eu sou limpinho.
Telma sorriu maliciosa. Porque não? Decidiu que seria divertido. Ajoelhou-se diante dele, na folhagem, atrás da cabana. Abaixou seu ziper, mas antes, lhe disse:
- Não vá terminar na minha boca que eu morro de nojo, tá?
Fazia o trabalho, sentindo mais prazer em dar prazer ao seu namorado, que arfafa e estremecia, do que a si mesma, mesmo assim estava bem molhada, mas não tirara uma peça de roupa sequer, não tinha coragem, embora desejasse.
Então parou e tirou o instrumento da boca.
- Não, não para, Tel, não para, por favor!
- Escuta, Di, tem alguém gemendo!
Adilson ficou meio impaciente mas ouviu o gemido de mulher.
- Tem sim. Será que é alguém transando?
- Não, seu tonto. Só pensa bobagens! Parece que a pessoa tá gemendo de dor.
Adilson vestiu-se e Telma levantou-se e foram mais dentro da mata. Os gemidos ficaram mais fortes, assim como o bater do coração de ambos.
(Continua....)
Telma e Adilson estavam se beijando pela quinta vez no banco de trás, e pela quinta vez o pai de Telma pigarreou forte, olhando nervoso pelo retrovisor do carro. Elza era a mãe de Telma, sentada do lado do passageiro, e sorriu ao observar o marido apertar forte o volante do carro.
- Calma, benhê, eles não estão fazendo nada demais.
Jorge ficou quieto. Telma e Adilson tentaram se conter e cada um olhou para o seu lado na janela do sedã, enquanto passavam pela rodovia movimentada em direção à capital. Os caminhões eram ultrapassados e na pista contrária os veículos passavam zunindo causando um efeito letárgico em Adilson, que segurava forte a mão de sua namorada, sentado do lado esquerdo do automóvel.
Assim que o pai de Telma tornou a se distrair com a rodovia, Adilson puxou Telma para si e voltaram a se beijar lânguidamente, trocando saliva, Adilson explorando a boca doce de sua namorada enquanto sua mão sorrateiramente deslizava sobre as coxas da garota de apenas dezoito anos.
Mais uma ultrapassagem e Jorge olhou pelo retrovisor e novamente viu o casal trocando amor. Ficou irritado. Olhou o relógio do carro no painel: onze horas.
Viu o anúncio de uma famosa churrascaria cerca de dez quilômetros adiante.
- Elza, vamos parar na El Corazon, já estou com fome.
- Benhê, falta uma hora pro meio-dia. Porque parar tão cedo?
- Não tem mais nenhum restaurante bom na estrada até a capital. E estou cansado de dirigir. Vamos parar, já decidi.
Jorge deu seta e entrou na via de acesso ao posto e a churrascaria de estrada, bastante conhecida, cheia de caminhões, ônibus e carros estacionados. Achou um canto para estacionar o sedã e logo estavam descendo, Jorge grato por esticar as pernas e tentar separar um pouco aquele casal, raivoso por achar que sua filha estava no cio.
Adilson não desgrudou da namorada. Ambos não tiravam os olhos um do outro, abraçados, enquanto entravam na lotada, mesmo às onze horas da manhã, churrascaria rodízio.
Sentaram-se em uma mesa perto do bufê de saladas. Jorge limpou seus talheres com o guardanapo de pano. Observou sua filha, através dos grossos óculos de aro de tartaruga: uma linda jovem de seios como pêras e curvas audasiosas e sentiu raiva por ela já ser uma mulher. Ele a preferia como uma menina ingênua que fora há alguns anos, e não como aquela garota maliciosa que não soltava do namorado estúpido que arrumara.
“Eu vou fazer Comunicação. Vou ser jornalista”
“Jornalista o cacete” – Jorge olhava com ódio o rapaz de risada fácil. “Nem escrever direito você sabe, e quer ficar com a minha filha?”
O garçom aproximou-se:
- Desculpe, senhor – disse à Jorge – o rodízio vai atrasar um pouco, coisa de uns vinte minutos, não esperávamos estar lotados logo cedo. Posso trazer as bebidas? Aconselho um passeio pelo nosso jardim nos fundos enquanto esperam. Uma cervejinha, senhor?
Jorge ficou ainda mais irritado, mas Elza e seu sorriso bondoso fizeram com que se acalmasse. Bufou.
- Traga uma Hervage bem gelada, o que vão pedir?
- Pai – Telma fez cara de anjo – eu e o Di vamos dar um passeio no jardim e já voltamos.
- Isso, papai, pede um suco de laranja para ela e para mim uma Cola light.
Ao ouvir Adilson, Jorge só não espumou porque Elza o deteve.
- Querido, deixa os pombinhos passearem e vamos relaxar um pouco, tá?
Telma e Adilson saíram pelos fundos caminhar nos belos jardins. O cheiro de carne se sobrepunha ao da vegetação, o que não era muito agradável.
- Vem – puxou Adilson – vamos até aqueles calips.
- Eucaliptos, ‘mor. Você vai ter de melhorar o português para estudar Comunicação e Jornalismo.
- Tanto faz. Vamos.
Passaram pelo belo bosque de eucaliptos e araucárias angustifólias e adentraram a vegetação cada vez mais densa até uma pequena cabana de paredes de taipa e teto de sapé.
- Aqui, vem. Ninguém vai nos ver atrás da cabana.
Trocaram beijos densos e molhados. A mão de Adilson deslizou pela bunda em forma de coração de Telma.
- Para, alguém pode vir aqui.
- Não vem, não. Seu pai ficou lá bebendo cerveja com sua mãe.
Beijaram-se mais com Adilson explorando o corpo da garota.
- Tel... Faz uma coisa...
- Já disse que quero ficar virgem até casar. Meu pai é muito bravo.
- Não é isso. Porque você não ... – E cochichou no ouvido da menina-mulher.
- Ah, Di! Eu... Eu acho que nem sentiria prazer fazendo isso. Tenho nojo.
- Mas você vai me levar à nuvens, vai me dar muito prazer, e eu sou limpinho.
Telma sorriu maliciosa. Porque não? Decidiu que seria divertido. Ajoelhou-se diante dele, na folhagem, atrás da cabana. Abaixou seu ziper, mas antes, lhe disse:
- Não vá terminar na minha boca que eu morro de nojo, tá?
Fazia o trabalho, sentindo mais prazer em dar prazer ao seu namorado, que arfafa e estremecia, do que a si mesma, mesmo assim estava bem molhada, mas não tirara uma peça de roupa sequer, não tinha coragem, embora desejasse.
Então parou e tirou o instrumento da boca.
- Não, não para, Tel, não para, por favor!
- Escuta, Di, tem alguém gemendo!
Adilson ficou meio impaciente mas ouviu o gemido de mulher.
- Tem sim. Será que é alguém transando?
- Não, seu tonto. Só pensa bobagens! Parece que a pessoa tá gemendo de dor.
Adilson vestiu-se e Telma levantou-se e foram mais dentro da mata. Os gemidos ficaram mais fortes, assim como o bater do coração de ambos.
(Continua....)
terça-feira, 23 de março de 2010
Lembranças
Fomos de fusquinha azul até a estação de Jundiaí ver o último trem da Ituana (Sorocabana), vindo de Itu. A velha locomotiva vaporosa (que não me recordo qual era) e os carros de madeira pararam onde hoje tem a escada para as bilheterias. Eu estava no colo da minha tia comendo banana e ela "É o último trem da Sorocabana" e eu, criança: "Eles querem a minha banana? Tô" e ofereci para as pessoas que lotavam aquele derradeiro trem e acenavam com seus lenços em fins dos anos 1960 e início dos 1970.
Um pouco mais crescido mudei para uma travessa da rua do Retiro chamada Escolástica de Toledo Pontes, altura do número 136. Moleque, fui explorar os arredores e encontrei a extinta linha métrica ainda muito bem conservada (nem de perto da linha atuais da ALL em uso se comparavam com aquele linha já abandonada). Caminhei pela linha até encontrar o túnel sob a Via Anhanguera. Demais. Seguindo pelo outro lado parei atrás de indústrias. Fiquei fascinado e achando que trens ainda passavam por ali, sem lembrar do último trem.
Até que encontrei as linhas retorcidas onde hoje passa a Av. Nove de Julho. Ali não passaria mais nenhum trem, mas ao longe vi o fantástico Trem Azul ou "R" passando por uma ponte, apitando, de forma muito rápida.
Dias depois fui até lá com amigos. Atravessamos a ponte férrea com receio, pois se o trem viesse, só se jogando no Rio Jundiaí.
E então vinham de forma estrondosa as V-8 azuis, muito rápidas, apitando, e o barulho ensurdecedor fazia com que nos jogássemos no chão. E os carros novos e limpos, azuis com faixas creme, passavam e pessoas acenavam. Era lindo!
Veio uma enchente terrível e o Rio Jundiái destruiu a ponte. Não havia mais trens entre Jundiái e Campinas, um caos.
Fizeram uma ponte moderna sensacional, e corrigiram o traçado em S da Fepasa (que já assumira a Paulista), deixando-os em linha reta acima do morro (onde mais acima fica agora a prefeitura).
Enquanto as máquinas trabalhavam eu e meus amigos íamos lá brincar.
Bons tempos quando as pessoas ainda eram educadas, não havia insegurança, havia muitos espaços verdes e podíamos brincar de verdade, sem video-games
Hoje vejo o estado das coisas e só não choro porque não adianta. Mas não há mais nada a fazer, então?
Errado: ensino meu filho a ser educado com as pessoas. Imponho limites. Coloco na cabeça dele que o mundo é um só.
Tenho esperança que aqueles dias ainda voltem em um futuro distante
Vitor Hugo
Um pouco mais crescido mudei para uma travessa da rua do Retiro chamada Escolástica de Toledo Pontes, altura do número 136. Moleque, fui explorar os arredores e encontrei a extinta linha métrica ainda muito bem conservada (nem de perto da linha atuais da ALL em uso se comparavam com aquele linha já abandonada). Caminhei pela linha até encontrar o túnel sob a Via Anhanguera. Demais. Seguindo pelo outro lado parei atrás de indústrias. Fiquei fascinado e achando que trens ainda passavam por ali, sem lembrar do último trem.
Até que encontrei as linhas retorcidas onde hoje passa a Av. Nove de Julho. Ali não passaria mais nenhum trem, mas ao longe vi o fantástico Trem Azul ou "R" passando por uma ponte, apitando, de forma muito rápida.
Dias depois fui até lá com amigos. Atravessamos a ponte férrea com receio, pois se o trem viesse, só se jogando no Rio Jundiaí.
E então vinham de forma estrondosa as V-8 azuis, muito rápidas, apitando, e o barulho ensurdecedor fazia com que nos jogássemos no chão. E os carros novos e limpos, azuis com faixas creme, passavam e pessoas acenavam. Era lindo!
Veio uma enchente terrível e o Rio Jundiái destruiu a ponte. Não havia mais trens entre Jundiái e Campinas, um caos.
Fizeram uma ponte moderna sensacional, e corrigiram o traçado em S da Fepasa (que já assumira a Paulista), deixando-os em linha reta acima do morro (onde mais acima fica agora a prefeitura).
Enquanto as máquinas trabalhavam eu e meus amigos íamos lá brincar.
Bons tempos quando as pessoas ainda eram educadas, não havia insegurança, havia muitos espaços verdes e podíamos brincar de verdade, sem video-games
Hoje vejo o estado das coisas e só não choro porque não adianta. Mas não há mais nada a fazer, então?
Errado: ensino meu filho a ser educado com as pessoas. Imponho limites. Coloco na cabeça dele que o mundo é um só.
Tenho esperança que aqueles dias ainda voltem em um futuro distante
Vitor Hugo
sábado, 20 de março de 2010
Novidades do novo livro
Consegui um patrocinador de peso que pede que por enquanto não seja identificado, que leu o início do "Diário Secreto de Solange" e... Não gostou.
Ele comprou a bagatela de 100 cotas... Não é pouco.
Pediu que escrevesse outro. E já tenho um na ponta da língua, mas decidi agora não divulgar mais nada, nem título. Só que é de Ficção Fantástica.
Quanto mais cópias vender, melhor será a qualidade de impressão do livro.
Cotas a 10,00. Se quiserem comprar, mandem um e-mail em pvt em vitorr@splicente.com.br
O investir receberá sua cota de volta com valorização de acordo com a venda do livro, que deve ficar pronto até o natal de 2010
Me acompanhem no Twitter!!!
Abraços!
Ele comprou a bagatela de 100 cotas... Não é pouco.
Pediu que escrevesse outro. E já tenho um na ponta da língua, mas decidi agora não divulgar mais nada, nem título. Só que é de Ficção Fantástica.
Quanto mais cópias vender, melhor será a qualidade de impressão do livro.
Cotas a 10,00. Se quiserem comprar, mandem um e-mail em pvt em vitorr@splicente.com.br
O investir receberá sua cota de volta com valorização de acordo com a venda do livro, que deve ficar pronto até o natal de 2010
Me acompanhem no Twitter!!!
Abraços!
terça-feira, 16 de março de 2010
Não devíamos Precisar Dormir
Ando trabalhando pelos cotovelos. Implantação de WMS em Taubaté, visita de definição de Parceria em São Paulo, desenvolvimento do Comercial em casa, mas com cronograma apertado. Ufa! Socorro! Mas preciso faturar senão fecho as portas.
E meu livro? Só vendi 10 cotas de 10,00. Para quem precisa levantar 4.000, tá longe.
E não tive tempo de nada esta semana. Se eu não precisasse dormir, teria pelo mais 8 horas diárias para escrever...
"O Diário Secreto de Solange" está começado. Já é alguma coisa
Alguém aí quer uma cota de 10,00?
E meu livro? Só vendi 10 cotas de 10,00. Para quem precisa levantar 4.000, tá longe.
E não tive tempo de nada esta semana. Se eu não precisasse dormir, teria pelo mais 8 horas diárias para escrever...
"O Diário Secreto de Solange" está começado. Já é alguma coisa
Alguém aí quer uma cota de 10,00?
segunda-feira, 8 de março de 2010
Dia da Mulher
Um parabéns à todas que fazem a felicidade dessse mundão!
Embora eu considere que todos os dias sejam das Mulheres (com M maiúsuclo, sim!), esse dia em especial quero brindá-las!
Seja mãe, avó, amante, trabalhadeira, não importa, sem elas, nem nasceríamos, não é?
Um beijo à todas!
Embora eu considere que todos os dias sejam das Mulheres (com M maiúsuclo, sim!), esse dia em especial quero brindá-las!
Seja mãe, avó, amante, trabalhadeira, não importa, sem elas, nem nasceríamos, não é?
Um beijo à todas!
sábado, 6 de março de 2010
UNIVERSOS
Autor: Vitor H. B. Ribeiro
O dr. Montes, sentado na poltrona do canto do quarto, sorriu:
- Você sabe do que eu estou falando, Jessica.
Jessica Kerabi sabia, mas não queria admitir. Levantou-se de supetão da cama:
- Ora, Rogério, não pode ser possível, simplesmente não pode. A existência de
dez dimensões foi comprovada nos aceleradores de partículas do CERN, e se
considerarmos o Tempo como uma quarta dimensão, as outras seis são tão enroladas
e pequenas que dificilmente são detectáveis... E você vem me dizer que uma
quinta dimensão é algo quase perceptível?
Jessica era linda. Loira de olhos verdes. Muito inteligente. Quase uma
contradição.
Rogério Montes deixou escapar uma baforada de seu cachimbo. Cinquenta anos,
cabelos grisalhos, barba idem, um pouco acima do peso:
- Isso mesmo, querida Jessy. Mas é uma coisa que não percebemos no dia-a-dia,
como um desenho sobre uma folha de papel. Se o desenho tivesse consciência,
jamais admitiria que poderia existir a profundidade, a terceira dimensão. Ele é
um ser bidimensional assim como somos tridimensionais...
- Ora, Rogério, um desenho não está vivo! Não creio...
- Só porque não vê, não quer dizer que não está lá. Você vê o Tempo?
- Claro, se eu olhar meu relógio de pulso!
Rogério deu uma gargalhada, ainda sentado na poltrona em frente a cama de casal:
- Jessy, você é impagável! Como você sabe, para termos com precisão a posição de
um corpo, devemos indicar suas coordenadas como X, Y e Z, mais o instante em que
ele está, o tempo T - são quatro dimensões - mas e se houver mais uma que
indique em que Universo ele está? A variável U...
Jessica era perspicaz e achou engraçado aquele pensamento:
- Em que Universo, Rogério?
O experiente físico sorriu largamente:
- Adoro estas discussões. Se existem "n" Universos, como vou saber com certeza
onde o corpo especificado está se não disser em que Universo ele está?
Jessica Kerabi tinha de concordar com a lógica do doutor, porém provar tal coisa
era impossível:
- Isso deve ficar no campo do debate filosófico, Rogério. Na verdade, talvez
você devesse contactar o doutor Stephen Hawking... Ele tem algo parecido com a
sua idéia, a dos Universos Brana.
Rogério soltou outra baforada de seu cachimbo e disse a uma cética Jessica:
- Vou provar para você minha teoria agora mesmo.
A jovem estudante sentou-se na cama, diante dele, perplexa :
- Como?
- Eu vim de outro Universo, querida.
Jessica desatou a rir, uma gargalhada gostosa:
- Ora, Rogério, não conhecia esse seu lado humorístico.
O telefone tocou. Jessica Kerabi foi atendê-lo na sala de estar do apartamento,
já que a extensão do quarto estava quebrada.
- Jessica, aconteceu uma coisa horrível! Está sentada...? - Era uma amiga de
Jessica, aflita.
- O que aconteceu, Telma?
- Seu namorado novo teve um infarto e... e... Morreu. Você tinha de arrumar um
tiozão para namorar? Deu nisso, querida.
- Meu namorado? O professor Rogério?
- Sim... Fazem duas horas que...
Jessica soltou o telefone e voltou ao quarto. Havia um bilhete sobre a cama:
"A variável U que indica onde estou no momento tem o valor A de Além... Foi bom
ver você uma última vez..."
Autor: Vitor H. B. Ribeiro
O dr. Montes, sentado na poltrona do canto do quarto, sorriu:
- Você sabe do que eu estou falando, Jessica.
Jessica Kerabi sabia, mas não queria admitir. Levantou-se de supetão da cama:
- Ora, Rogério, não pode ser possível, simplesmente não pode. A existência de
dez dimensões foi comprovada nos aceleradores de partículas do CERN, e se
considerarmos o Tempo como uma quarta dimensão, as outras seis são tão enroladas
e pequenas que dificilmente são detectáveis... E você vem me dizer que uma
quinta dimensão é algo quase perceptível?
Jessica era linda. Loira de olhos verdes. Muito inteligente. Quase uma
contradição.
Rogério Montes deixou escapar uma baforada de seu cachimbo. Cinquenta anos,
cabelos grisalhos, barba idem, um pouco acima do peso:
- Isso mesmo, querida Jessy. Mas é uma coisa que não percebemos no dia-a-dia,
como um desenho sobre uma folha de papel. Se o desenho tivesse consciência,
jamais admitiria que poderia existir a profundidade, a terceira dimensão. Ele é
um ser bidimensional assim como somos tridimensionais...
- Ora, Rogério, um desenho não está vivo! Não creio...
- Só porque não vê, não quer dizer que não está lá. Você vê o Tempo?
- Claro, se eu olhar meu relógio de pulso!
Rogério deu uma gargalhada, ainda sentado na poltrona em frente a cama de casal:
- Jessy, você é impagável! Como você sabe, para termos com precisão a posição de
um corpo, devemos indicar suas coordenadas como X, Y e Z, mais o instante em que
ele está, o tempo T - são quatro dimensões - mas e se houver mais uma que
indique em que Universo ele está? A variável U...
Jessica era perspicaz e achou engraçado aquele pensamento:
- Em que Universo, Rogério?
O experiente físico sorriu largamente:
- Adoro estas discussões. Se existem "n" Universos, como vou saber com certeza
onde o corpo especificado está se não disser em que Universo ele está?
Jessica Kerabi tinha de concordar com a lógica do doutor, porém provar tal coisa
era impossível:
- Isso deve ficar no campo do debate filosófico, Rogério. Na verdade, talvez
você devesse contactar o doutor Stephen Hawking... Ele tem algo parecido com a
sua idéia, a dos Universos Brana.
Rogério soltou outra baforada de seu cachimbo e disse a uma cética Jessica:
- Vou provar para você minha teoria agora mesmo.
A jovem estudante sentou-se na cama, diante dele, perplexa :
- Como?
- Eu vim de outro Universo, querida.
Jessica desatou a rir, uma gargalhada gostosa:
- Ora, Rogério, não conhecia esse seu lado humorístico.
O telefone tocou. Jessica Kerabi foi atendê-lo na sala de estar do apartamento,
já que a extensão do quarto estava quebrada.
- Jessica, aconteceu uma coisa horrível! Está sentada...? - Era uma amiga de
Jessica, aflita.
- O que aconteceu, Telma?
- Seu namorado novo teve um infarto e... e... Morreu. Você tinha de arrumar um
tiozão para namorar? Deu nisso, querida.
- Meu namorado? O professor Rogério?
- Sim... Fazem duas horas que...
Jessica soltou o telefone e voltou ao quarto. Havia um bilhete sobre a cama:
"A variável U que indica onde estou no momento tem o valor A de Além... Foi bom
ver você uma última vez..."
sexta-feira, 5 de março de 2010
Atron - Sucesso na Web?
E os livros do Atron estão soltos por aí. Eles ainda estão no www.scriptonauta.com.br
Preciso acabar o livro 5 mas a Silvia não me manda a parte dela!
Porque agora só penso no novo livro. Ficção Fantástica das mais fantástica!
Preciso acabar o livro 5 mas a Silvia não me manda a parte dela!
Porque agora só penso no novo livro. Ficção Fantástica das mais fantástica!
quinta-feira, 4 de março de 2010
Criar um livro é difícil.Ainda não consegui visualizar a sinopse, mas tenho boas ideias. Perguntaram-me: que é isso de pedir grana para os outros? Mas é a única maneira que encontrei de realizar este sonho de publicar no papel. E é um investimento. Se der lucro, o valor retorna às pessoas que ajudaram. Maluquice? Total. Fiquei doido? Já sou. Não importa. Vou seguir até o fim. Quando estiver pronto, completo o que faltar e publico. Vou publicar do meu bolso pela Scortecci. La´eles são de confiança. Então, se puderem ajudar e investir em mim, estou por aqui. Pode ser R$ 1,00. Já é um início. Uma longa caminhada se começa com um passo.
quarta-feira, 3 de março de 2010
Escrevendo um novo romance...
Ainda hoje eu vou passar como será escrito o meu novo romance "on-line" com participação de quem quiser. Para quem quiser contribuir será um investimento. Um investimento de risco, mas se a venda for boa o retorno será bom para todos que acreditarem em mim
terça-feira, 2 de março de 2010
Reality Show: Acompanhe a criação de um Romance
Não sei se alguém já fez isso neste mundão da World Wide Web, mas aqui estou eu escrevendo um novo romance, um livro que pretendo publicar. E por este Blog, pelo Twitter e pelo Facebook divulgarei os passos, a criação de cada personagem, seu perfil psicológico, o desdobramento da história, mas conto com pitacos de todos que quiserem colaborar e que terão seus nomes divulgados como co-autores. Aceito contribuições financeiras para tal empreitada e em contra-partida terão a respectiva compensação financeira na venda dos livros pelo percentual contribuído. Ex: contribuição de 1% para custear a publicação receberão 1% do resultado da venda do livro, entendido? Tudo bem controlado por mim na base da confiança, ou acha que vou sumir com o dinheiro de todos? Espero ajuda! O livro será sobre Ficção fantástica, mais detalhes...
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