domingo, 14 de abril de 2013

Game Over


O regimento 236 avançava para o estranho complexo, entrando em um labirinto misterioso. Os tanques, os caminhões e os soldados estavam prontos para a batalha, embora desconhecessem totalmente o inimigo.

Tensos, aqueles combatentes esperavam pelo pior. Todos olhavam para todos os lados, assustados. O general Golberys comentou com o coronel Sayllas ao seu lado: - Tem certeza que o inimigo esconde-se aqui?

- Sim, senhor. Segundo ouvi dizer, é um ser monstruoso, fantástico.

- Temos de descobrir até onde vai o seu poder. Não gosto de recuar, mas não arriscarei meus homens em uma investida inútil. Viemos para esta dimensão eliminar possíveis perigos, o que não significa que sacrificaremos qualquer coisa para isto.

- Entendo, general. Mas as lendas dizem que o monstro que habita aqui devora tudo pelo caminho... Se ele conseguir de alguma maneira atravessar para a nossa dimensão, estaremos todos correndo grande risco.

O general não demonstrava o medo que sentia. Não podia, pois afinal seus homens confiavam nele. Porém, Golberys sabia que seu coronel tinha razão: o monstro que vivia naquele complexo labirinto devia ser mesmo incomensuravelmente terrível e horrendo.

A tensão era grande. O que encontrariam? A infantaria caminhava lentamente, os soldados todos trêmulos, acompanhados de tanques e outros veículos, avançando de modo letárgico pelos corredores do labirinto. Estranhos retângulos atrapalhavam aquele avanço.

O olhar de cada um denotava o horror que percorria seus corpos. Seus corações queriam escapulir por suas gargantas agora secas.

O medo aos poucos se espalhava. O suor escorria das faces apavoradas dos soldados, e até do coronel e do general. Um suor frio. Uma estranha combinação de sons, como uma música irritante, fazia-se ouvir.

E foi então que a estes sons misturaram-se os ruídos do monstro a devorar coisas. Todos ficaram arrepiados, estarrecidos! Os mais covardes começaram a correr, e foi quando eles perceberam que os retângulos de algumas partes do labirinto haviam sumido...

O general ordenou a retirada. Mais era tarde demais. O monstro, um ser horripilante, os devorou... Devorou a todos sem exceção...

Um adolescente olhava a tela do monitor ao mesmo tempo que tentava espremer uma espinha. Não estava entendendo nada. Aquele jogo antigo, imitando em seu PC o arcaico PAC-MAN da Atari, de repente encheu-se de pontos pretos e o PAC-MAN devorou a todos e travou. Que merda de jogo!

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